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Videoconferência: Impactos socioambientais e Turismo em Bonito/MS



No dia 23 de Setembro de 2020, às 19:30h, a Professora Camila Quadros, ministrante da Disciplina de Estudos Turístico II, do Curso de Turismo da UEMS, Unidade de Dourados, juntamente com os alunos do e 3° anos, participaram de um encontro, via Google Meet, com o Secretário de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito/MS – Augusto Barbosa Mariano e o turismólogo Manoel Cruz, egresso do Curso de Turismo/UEMS/Dourados e chefe do receptivo Recanto Ecológico Rio da Prata.

Encontro Síncrono - Foto: Arthur Monteiro

Em sua fala, o Secretário Augusto Barbosa Mariano, que também é formado em Medicina Veterinária pela UEL, inicia afirmando que "dá certo o Turismo, pois o mesmo é formado por um tripé mágico que é composto por atores, sendo eles":

1º PODER PÚBLICO – Implanta as leis, os regulamentos e os decretos, a infraestrutura necessária e a segurança jurídica (asfalto, energia, internet, esgoto, etc.)

2° INICIATIVA PRIVADA – Com recursos próprios ou de terceiros ela faz os investimentos necessários em toda a cadeia produtiva do turismo, seja nos atrativos na rede hoteleira, gastronômica, nos transportes ou agências, criando assim vagas de emprego.

3º A COMUNIDADE – Ela é inserida na atividade produtiva do turismo, formando assim o famoso “tripé mágico” onde todos ganham. É uma atividade cuja renda não é concentrada e ela é amplamente dividida.

O Secretário disse que "o turismo precisa ser um agente de transformação social". Augusto Barbosa Mariano reforçou ainda que a cidade de Bonito tem Licenciamento Ambiental, constando nele a capacidade de carga diária dos visitantes, e que há um monitoramento de profissionais contratados e também do Município, do Ministério Público, de empresários, turistas e profissionais especializados que buscam saber se está tudo sendo seguido à risca.

O Secretário pontuou sobre os atrativos turísticos, que são mais de 35 e seu grande diferencial, que é exatamente todos estarem em um único local e também de ter um Mix de Atividades como por exemplo: Cachoeiras, Grutas, Bicicletas, Flutuação, Rapel, Cavernas, Trilhas, Mergulhos, Tirolesa, Turismo de Aventura e de Natureza. Mariano destacou dois atrativos públicos: A Gruta do Lago Azul e o Balneário Municipal.

Ainda em sua fala, destacou a importância do Aeroporto e do Centro de Convenções, que é administrado pelo setor privado, e utilizado principalmente na época de baixas temporadas, dividindo assim a demanda turística.

Mariano ressalta, ainda, que Bonito tem 100% de coleta de esgoto, e que quando assumiram a administração da cidade o lixo era a céu aberto e atualmente é levado a um aterro sanitário consorciado no Município de Jardim.

O palestrante explicou que a Secretária de Meio Ambiente tem parcerias públicas e privadas e que existe muita preocupação com preservação e a conservação do solo e da água (micro bacias).

"Dentro da sustentabilidade, uma harmonia entre o turismo e o meio ambiente, você explora de forma inteligente de forma sábia preservando e conservando para deixar para gerações futuras.”, pontua o secretário.

Sobre a gestão, o secretário esclareceu que há um plano de metas, sempre discutido com a Fondtur, e que a cada meta atingida vão reavaliando as mesmas, e que Bonito possui um Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), composto por 15 membros que discutem sobre melhorias para a cadeia produtiva do turismo como um todo.

Segundo Mariano, o grande diferencial existente em Bonito é Voucher – criado em 1995, um documento eletrônico que permite acesso ao atrativo turístico fixando informações em uma plataforma como hora, local, valores e quantidade de pessoas para determinados locais. Assim, quando o atrativo chega em sua capacidade total não é possível nenhuma visitação a mais do que está implícita na licença ambiental. Hoje existem 58 agências de turismo com exclusividade do voucher na cidade.

Para finalizar, Mariano deixou a seguinte mensagem: “Natureza, meio ambiente, nós não recebemos de herança de nossos pais, nós pegamos emprestados de nossos netos. E temos a obrigação de como cidadãos entregar para gerações futuras muito melhor do que recebemos de gerações passadas.”

Com a palavra, o também convidado Manoel Cruz, chefe de recepção do Recanto Ecológico Rio da Prata, disse que trabalha no receptivo desde novembro de 2015. Esclareceu que o Recanto Ecológico Rio da Prata compõe a Região Turística de Bonito e que são 25 anos operando o Ecoturismo. Segundo Manoel Cruz, muitos visitantes, além de permanecerem e se divertiriam em Bonito, também vão conhecer outros atrativos em Bodoquena, Jardim e até o Pantanal.

O atrativo Rio da Prata foi criado pelos proprietários Eduardo Coelho e Simone Coelho. A ideia inicial era proporcionar um passeio de alto contato com a natureza em que os visitantes pudessem adquirir conhecimentos e sensibilidades e que se sentissem transformados com sensações pós atividades turísticas. Com o passar dos anos foram aprimorando os passeios e usando o feedback para melhorar a qualidade. De acordo com o turismólogo, para Eduardo Coelho a emissão do Voucher através das agências em Bonito ou Jardim, sempre foi prioridade.


Sobre os passeios:


O Recanto Ecológico Rio da Prata tem como principal atividade a flutuação, sendo o maior trecho da região. Inicia no Rio Olho D’água e finaliza no Rio da Prata. Possui também a atividade de mergulho com cilindro no Rio da Prata, chegando até 8 metros de profundidade e percorrendo 700 metros finais de passeio.

A estância oferece o passeio à cavalo, realizado na área de campo da fazenda junto com o peão que conduz a atividade, mostrando o manejo do gado, adentrando a reserva e outras atividades rurais. Também é possível fazer a observação de aves.

Outro passeio é o da Lagoa Misteriosa, que se localiza dentro da mesma fazenda do Recanto Ecológico. No passeio é possível realizar mergulhos com cilindro e flutuação. Dá-se esse nome de “Misteriosa” porque até o momento não foi descoberta a profundidade exata da lagoa. Segundo Manoel Cruz, em 1999, um mergulhador chegou a 220 metros de profundidade, porém não foi possível saber a profundidade da lagoa. Depois disso, o proprietário Eduardo Coelho não autoriza mais esse modelo de exploração, até mesmo para que se possa manter o mistério da profundidade da lagoa.

Por fim, o turismólogo fala do passeio Estação Mimosa, que é realizado em torno de nove cachoeiras, trilhas, contemplação da fauna e banhos nas águas cristalinas.

Manoel Cruz relata que existe um monitoramento para que sejam evitados os impactos ambientais, como já sofreram em outros tempos. Nos dias atuais trabalham junto a Ongs de preservação, fazendo as curvas de níveis, respeitando a mata ciliar e monitorando também a fauna e a flora para que a natureza não sofra nenhum tipo de efeito negativo.

Em sua fala, diz que diante do cenário atual com a Pandemia do COVID-19, o Recanto permaneceu fechado (sem visitações) por três meses, retomando as atividades a partir de primeiro de julho, o que teve uma alta com os visitantes do MS que aproveitaram também as tarifas especiais em relação a valores para moradores do estado.

Manoel Cruz, como Chefe de Recepção, tem a responsabilidade de fazer a aferição dos turistas e manter as medidas e controle de segurança. Ele enaltece o empresário que atua na região e fica evidente a sua satisfação em fazer parte de tudo isso, e que conseguiu alcançar esse objetivo devido a conclusão do Curso de Turismo da UEMS, Unidade de Dourados.

Ao final da videoconferência, os convidados interagiram com os docentes participantes e alunos do Curso, expressando, assim, seus agradecimentos e se dispondo a novas oportunidades de encontro.

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