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ENTREVISTA: Turismóloga Cristina Prado – Chefe de informações, marketing, desenvolvimento de Olímpia

Atualizado: 2 de set. de 2019


Cristina Prado | Foto: Reprodução Facebook
Cristina Prado | Foto: Reprodução Facebook

Como se estabeleceu o processo de construção do turismo como atividade econômica na cidade de Olímpia – SP?


A cidade de Olímpia sempre teve como principal vetor econômico a agricultura, passando pelos ciclos do café e da laranja (atualmente, o produto agrícola de destaque é a cana de açúcar). Com a implantação de uma indústria da laranja com produtores locais, houve a necessidade de se encontrar alternativa para lavar as laranjas antes do processamento.


Um poço perfurado na década de 1960, pela Petrobras, em busca de petróleo na região, e que se encontrava desativado, foi pesquisado. Não foi encontrado petróleo, mas águas termais em abundância, que foram utilizadas, inicialmente, na indústria de suco de laranja. O Sr. Benito Benati, empresário olimpiense do setor metalúrgico, lança a ideia de utilizar estas águas para o lazer da comunidade. Surge, então, o Clube Thermas dos Laranjais, na década de 1980, na forma jurídica de associação, sendo os associados proprietários de cotas vendidas pelo Clube. Nos anos 90, com a crise da laranja, houve uma tentativa se atuar com o Turismo, como alternativa à situação econômica e de baixo emprego.

Parque Aquático Thermas dos Laranjais
Parque Aquático Thermas dos Laranjais

Entretanto, a comunidade local não acreditava no potencial das águas quentes e nem da cultura, tendo como expoente o Festival do Folclore de Olímpia, pelo qual a cidade tinha alguma projeção em termos de imagem. Apesar dos esforços de voluntários e a parceria com o Sebrae e Associação Comercial e Industrial de Olímpia.


No início dos anos 2000, iniciou-se uma pressão de demanda externa regional para visitar o clube e, com a aprovação da diretoria, o Thermas dos Laranjais começa a receber visitantes para passar o dia. A partir daí, o clube se torna um parque aquático que incentiva a abertura de meios de hospedagem para os visitantes e turistas que precisavam pernoitar em Olímpia. Outros grupos de investidores começam a se interessar pela cidade em meados de 2010 e Olímpia se torna Estância Turística em 2015, com o fantástico crescimento do setor.


Qual a importância do turismo para a economia local? (se possível, apresentar dados em relação a: empregos, impostos e desenvolvimento de novos negócios?


A atividade turística no município representa cerca de 60% da economia local, com mais de 30% dos empregos diretos e indiretos. A cidade tem recebido novos investimentos, com a construção de novos resorts previstos para operação em 2024. Dia 08 de agosto de 2019 inaugura o Vale dos Dinossauros, um parque seco, único na região Sudeste do Brasil.


Outros investimentos estão previstos, como a construção de um Centro de Convenções e o aeroporto regional.

DADOS CONSOLIDADOS DO SETOR DE TURISMO DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE OLÍMPIA - SP


[1] Dados de acordo com o Inventário da Oferta Turística no dia 06/08/2019.


(1) Dado com alta variação.


COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS SETORES 2016/2017/2018

(**) Fonte: 2017 Theme Index Museum Index – Themed Entertainment Association (TEA) – Disponível em https://www.aecom.com/content/wp-content/uploads/2018/05/2017-Theme-Museum-Index.pdf

(***) Boletim Taxa Média de Ocupação Anual dos Meios de Hospedagem, emitido pela Secretaria de Turismo da Estância Turística de Olímpia.

(****) Fonte: 2018 Theme Index Museum Index – Themed Entertainment Association (TEA) – Disponível em http://www.teaconnect.org/images/files/328_381804_190528.pdf


Vista parcial da Cidade de Olímpia
Vista parcial da Cidade de Olímpia

O destino turístico sofre com a sazonalidade? Se sim, como enfrentam essa situação?

A sazonalidade da Estância Turística de Olímpia é similar aos dos demais destinos turísticos de lazer: alta temporada nos meses de julho, janeiro e fevereiro, feriados prolongados e finais de semana. Para enfrentar a sazonalidade, são feitas promoções relacionadas ao preço dos ingressos nos parques aquáticos. Outra estratégia será a construção do Centro de Convenções para atrair eventos profissionais para garantir a ocupação nos períodos de baixa temporada.


O município tem investido em alguma ação relacionando as águas termais ao turismo de saúde e de bem estar?

Olímpia está localizada no Aquífero Guarani, o maior reservatório de água doce do mundo. Dos poços perfurados na cidade brotam águas à temperatura média de 37º e que atraem os turistas para suas águas quentes, utilizadas somente nos parques aquáticos para atividades de recreação. No mês de maio de 2018, a Estância Turística de Olímpia foi sede do evento “Olímpia: O Epidauro Brasileiro – da Cultura do Folclore à Saúde Integrativa”, realizado pela UNIFESP Universidade Federal de São Paulo, que mostrou a viabilidade de Olímpia ser uma cidade que se preocupa com a saúde, com a prevenção da doença.


A cidade oferece clima favorável o ano todo, com muito sol, fonte da vida, assim como as águas termais. O seu perfil cultural pela tradição do folclore e seu festival nacional, favorecem que seja comparada ao Epidauro grego.


O nome Olímpia remete à Grécia Antiga, local de histórias milenares e sábios ensinamentos para Saúde. A Olímpia brasileira pode ser um local não só de lazer, mas também, com sua natureza hidrotermal um território para a promoção de saúde de maneira integrada, unindo corpo, psique, arte, cultura e espiritualidade. A recente irmanação da Estância Turística de Olímpia com a Antiga Olympia, na Grécia, favorecerá a implantação deste segmento de mercado na cidade.

Capital Nacional do Folclore
Capital Nacional do Folclore

Quais são as perspectivas para o desenvolvimento do turismo em Olímpia no curto e médio prazo? (Há novos projetos em andamento?)


No mês de agosto de 2019 será iniciado o processo de revisão do PDDT - Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico, com a realização de audiências públicas e participação efetiva do COMTUR Conselho Municipal de Turismo. Alguns projetos já estão em andamento ou previstos pela Prefeitura Municipal:


  1. Implantação de balneário e SPA - Segmento: Saúde e Bem Estar

  2. Museu do Folclore de Olímpia e Centro de Documentação e Estudos do Folclore Nacional - Segmento: Cultura (Folclore)

  3. Museu de Arte Sacra e Teatro de Arena - Segmento: Cultura (Folclore)

  4. Centro Cultural e Turístico - Segmento: Cultura

  5. Museu de História de Olímpia - Segmento: Cultura

  6. Centro Cultural da Imagem e do Som de Olímpia - Segmento: Cultura

  7. Vila Brasil - Segmento: Cultura

  8. Centro de Convenções - Segmento: MICE (Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions[3])

  9. Centro de Exposições e Eventos - Segmento: Eventos

  10. Mercado Municipal - Segmento: Infraestrutura e Gastronomia

  11. Revitalização da Praça Rui Barbosa e Acessos - Segmento: Infraestrutura urbana

  12. Parque Ecológico Olhos D´água - Segmento: Infraestrutura urbana e lazer

  13. Chafarizes com esculturas - Segmento: Infraestrutura urbana e embelezamento da cidade

  14. Sistema de Transporte Coletivo Especial - Segmento: Mobilidade urbana

  15. Sistema de ciclofaixas - Segmento: Mobilidade urbana

  16. Aeroporto Regional do Noroeste Paulista - Segmento: Infraestrutura turística

 

Foto: Arthur Monteiro
Foto: Arthur Monteiro

A equipe do BIT agradece imensamente à Senhora Cristina Prado por nos conceder esta entrevista. Muito obrigado!

Agradecemos também pela recepção calorosa aos alunos e professores do Curso de Turismo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Obrigado ao Prefeito Municipal de Olímpia, Senhor Fernando Augusto Cunha e a Senhora Cristina Prado, que nos acolheram com muito respeito e dignidade.


Professora Maria Cristiane Lunas, Primeira Dama Mylene Aparecida Pereira Gonçalves e Prefeito Fernando Augusto Cunha da cidade de Olímpia, Professora Dores Grechi e Professora Rúbia Elza. | Foto: Arthur Monteiro
Professora Maria Cristiane Lunas, Primeira Dama Mylene Aparecida Pereira Gonçalves e Prefeito Fernando Augusto Cunha da cidade de Olímpia, Professora Dores Grechi e Professora Rúbia Elza. | Foto: Arthur Monteiro

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