No dia 22 de março de 2023, alunos do 1° e 2° anos do Curso de Turismo da UEMS - Unidade de Dourados, participaram de uma palestra com a temática "Tereré: História e patrimônio cultural de MS". A palestra teve seu início às 19h20 e término às 21h55.
A abertura do evento começou com a docente do curso Professora Dra. Camila Benatti dando as boas-vindas e introduzindo um pouco sobre o palestrante que deu voz ao evento, o Professor Dr. Carlos Barros Gonçalves, docente efetivo do Curso de História da Universidade Federal da Grande Dourados. O Professor Carlos é doutor em História pela Universidade Federal do Paraná. Graduado e Mestre em História pela Universidade Federal da Grande Dourados, e atualmente graduando em Direito pela Universidade Estadual de Mato grosso do Sul - UEMS - Unidade de Dourados.
O convidado iniciou suas falas introduzindo um pouco aos alunos sobre o que era a palestra e explicou que o tema abordado era o mesmo do livro escrito pelo próprio, inicialmente tendo sido apenas um projeto e que ao decorrer de pesquisas resultou em um livro de 3 capítulos que tratam desde a história e origem do Tereré até os tempos mais atuais. No decorrer da palestra o Professor Carlos contou um pouco sobre sua pesquisa, desde o início e o que discorre nos capítulos escritos. O convidado também partilhou com os alunos sobre ter crescido em família paraguaia e que isso influenciou na vontade de entender mais sobre as origens do tereré e que isso só aumentou após começar a estudar e pesquisar mais a respeito do tema.
Ao longo do evento o palestrante abordou vários temas de importância que despertaram opiniões, não só de alunos como das professoras presentes, como por exemplo as questões: "O tereré foi uma apropriação cultural?", "O que é patrimônio cultural em sua opinião?". Após explicar aos alunos sobre sua pesquisa, motivos, interesses e ouvir um pouco da opinião dos discentes nas perguntas feitas, o convidado falou sobre ter criado uma página no aplicativo e rede social Instagram chamada @projeto_terere_ms com o intuito de divulgar o projeto. O palestrante contou que recebeu mensagens de paraguaios acusando de os brasileiros estarem se apropriando da história e cultura deles. O professor convidado partilhou também várias curiosidades que foram descobertas durante seu período de pesquisa, como por exemplo a disputa sobre o bem cultural, quando em março de 2011 o tereré foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial no Paraguay e no mês seguinte em Ponta Porã (MS, Brasil).
Durante o bate-papo, o convidado explicou sobre várias das vertentes de sua pesquisa, desde a apropriação cultural, até os pensamentos mais antigos e crenças, os pontos positivos e negativos. O palestrante contou que encerra o livro com a pergunta "De quem é o tereré?" e aproveita para mostrar as contradições existentes ao decorrer dos anos. Chegando mais ao fim da palestra, o professor abriu um espaço para perguntas e partilhou mais algumas das curiosidades que foram descobertas ao longo de seu processo de pesquisa, como lendas antigas, utilizando do uso de imagens engraçadas (memes) para deixar ainda mais dinâmico suas falas.
Aproveitando o espaço de discussão concedido, a docente do curso Professora Dra. Márcia Maria Medeiros parabenizou a organizadora da palestra, professora Camila Benatti e o palestrante Professor Dr. Carlos, colocando sua opinião sobre alguns dos assuntos abordados na palestra e a problematização de alguns acontecimentos que foram citados. A professora Márcia Maria menciona: "A partir do momento que você tem essa apropriação, o abuso que o capitalismo promoveu no século XVI, ele volta à tona e continua martirizando as pessoas. E com isso não consigo deixar de me colocar no lugar do Paraguai".
Alguns alunos também deram suas opiniões e compartilharam histórias relacionadas ao tema, a palestra se encerrou com a professora do curso Dra. Camila Benatti entregando um certificado ao convidado como forma de agradecimento da palestra, a qual foi muito boa e rica em conhecimento sobre o patrimônio cultural imaterial tão importante e reconhecido, o tereré.
